sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A Cara à Tapa


A outra face que me perdoe,
mas, a face esquerda não dou a ninguém.
Talvez seja porque dar a cara à tapa não
seja meu feitio.
Talvez porque ache sofrer doentio.
Talvez porque seja simplesmente gente,
e gente que é gente não leva na cara.
Entrego minha cara à vida.
Meto a cara em viver cada dia,
como se fosse o último
Talvez seja culpa de minha alma virginiana,
metida a perfeita.
Talvez por isso meta os pés pelas mãos,
num malabarismo que poucos conseguem entender.
Talvez seja de meu coração tolo,
que não me permite dar a cara,
mas se entrega ao primeiro sinal de sim.
Dar a cara à tapa é para heróis
e todos os meus morreram de amor.
Até Astro, meu capitão favorito se foi.
Talvez deva inventar um novo Astro,
um que seja tão forte que suporte dar a
outra face.
Um que seja tão forte que suporte
viver sem os limites que os nascidos sob
o signo virgo se impõem.
Talvez seja assim, talvez,
um dia, entregue minha cara,
numa aposta louca, pra alguém bater de volta.
A outra face que me perdoe,
mas, por hoje, não dou a cara à tapa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu desejo que você continue deixando passos iluminados!
T adoro!
bjinhos!

Sheilinha

Dauri Batisti disse...

Ae amigo,

O seu "cara à tapa" é um grito.

Gostei muito dessa frase, que para mim é o núcleo do poema:
"Entrego minha cara à vida.
Meto a cara em viver cada dia"

Concordo plenamente.

Um abraço forte,

Dauri Batisti