sábado, 8 de março de 2008

Pele


Te vejo irrequieto, olhando pro céu com ar de arquiteto,
sonhando tornar o azul mais azul, estrela cadente, sua vida mais quente.
Te vejo perdido em palavras, medindo conversa, olhando pro tempo
que não para de andar.
Te abraço na noite que vira um açoite de a gente se amar.
Reviro sua pele com ar de menino, perco o tino.
Te beijo a boca com a sofreguidão louca do amante fugaz.
Te tomo nos braços com a febre louca de não olhar prá trás.
Te tomo a mão, te evito em vão no desespero de amar.
Te molho o corpo, encharco meu peito com a bebida de um botequim qualquer.
Te pego insano, curvando minha estrada sem sair do lugar.
Amanheço em seu corpo, esperando a noite prá voltar a te amar.




3 comentários:

Luciana Cecchini disse...

Nossa, hoje vc me deixou contente. Passo aqui todo santo dia porque adoro o que escreve! E fazia um bom tempo que nao postava nada novo... que surpresa boa tive hoje!
Mais um texto delicado e intenso.
"Te vejo irrequieto, olhando pro céu com ar de arquiteto..."
Bravo!

Friendlyone disse...

Gostoso de ler como sempre. Detalhes de uma paixão...e como é gostoso se apaixonar, não é?!

Pratas Diversas disse...

Peço licença para entrar em seu blog, com cuidado para não ferir a sensibilidade de seus textos, deixo uma mensagem. Muito bom acompanhar-te. Conheci pelo blog de Luci e agora sinto necessidade de visitá-lo todos os dias. Você escreve com os olhos da alma. Me alegro em poder ler belas palavras. Um beijo no coração. Anita.