quarta-feira, 7 de maio de 2008

Déja Vù

Como a velha senhora que partiu,
sempre tive o dom de prever acontecimentos.
Talvez, com ela o tenha aprendido,
ou, dela o tenha herdado.
Como ela, vejo sombras do passado
e lampejos do futuro breve.
Como ela, vislumbro o mar e ouço vozes.
Vozes de quem veio, vozes de quem foi,
vozes que vêm de dentro de mim.
Não, não sou milagreiro, não sou feiticeiro,
só tenho em mim o dom de ver.
Vejo o amanhã com a transparência do meu agora,
vejo o ontem como a luz fugaz do entardecer no
cais do porto.
Vejo rostos na multidão das avenidas desertas,
ouço a voz de quem ainda não veio.
Vejo coisas que Deus duvida,
mas, ainda não vi você.

5 comentários:

Luciana Cecchini disse...

"Vejo rostos na multidão das avenidas desertas,
ouço a voz de quem ainda não veio.
Vejo coisas que Deus duvida,
mas, ainda não vi você."

Não Beto, suas palavras nao sao difíceis. Jamais!

Suas palavras, são, como sempre digo, encantantadoras. Me encantam sempre.

Bjo again!

Luci:)))

Jacinta Dantas disse...

É Beto,
No olhar dos hiper-sensíveis o dom de escutar para além do que se é mostrado. Parece que a expressão "mas, ainda não vi você" revela a eterna procura de se fazer escutar no olhar do outro. A busca pelo que falta.
Beijos

Otavio de Castro disse...

Déja Vú...
um otimo nome pra um poema...e um otimo poema pra lembrar o titulo...
abraços

Oliver Pickwick disse...

Vejo uma poesia com "suspense", anseia-se pela conclusão nesta sucessão de déja vù. E, como num bom thriller, o desfecho é inesperado.
Um abraço!

Anônimo disse...

As vezes a gente faz bobagens... e o julgamento não precisa ser tão rigoroso assim... AS vezes a gente não vê direito... ou tem medo do que vê!