segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sobre todas as coisas

Escrevo sobre papéis de rascunho
amontoados na velha escrivaninha.
Escrevo papéis que finjo saber interpretar.
Escrevo sobre a vida, sobre a morte,
sobre as coisas e sobre a sorte.
Escrevo com esferográficas canetas
que falham.
Escrevo sobre a pena, sobre a letra,
sobre o amor e suas fraquezas.
Escrevo com tinta azul, pois, daltônico,
verde me parece.
Escrevo sobre seu rosto, sobre a minha alma,
sobre a felicidade e suas torpezas.
Escrevo com velocidade, pois, lento,
me fogem pensamentos.
Escrevo sobre vias, ruas e passagens,
sobre pessoas e suas sutilezas.
Escrevo com a mão esquerda, pois, destro,
canhoto lhe seria.
Escrevo sobre os ricos, sobre os pobres,
sobre suas dores e amarguras.
E, quando insano, escrevo sobre
seu corpo.

12 comentários:

lula eurico disse...

Grato Beto, pela visita. Gostei daqui do teu blog. Voltarei outras vezes.
Abraço fraterno.

fadazul disse...

Lindo, escreva, escreva e escreva, vez por outra passarei aqui,para ler um pouco sobre todos que te inspiram amigo, bjks

Joice Worm disse...

Já pensei em ser tinta na pena da imaginação... (Joice Worm)

MENSAGENS AO VENTO disse...

Versos intimistas...Sim, o poeta fala de tudo...O poeta em tudo encontra poesia! Gostei! Beijos e um dia muito feliz...

Joice Worm disse...

Beto, gostei tanto que vim ler outra vez... Gosto de verdade da forma que a sua imaginação foi transformando em palavras os seus sentimentos!!
Um beijo para ti.

Rubens da Cunha disse...

associo-me contigo no ato de escrever sobre tantas coisas.

obrigado pela visita ao Casa de Paragens
volte sempre

Camilla Tebet disse...

Escreves mesmo e o faz como quem sabe o que está fazendo. Estou fazendo meio primeiro passeio por aqui, adicionando e voltarei sempre.
Bjos

Luciana Cecchini disse...

Escreva sobre o que quiser, onde quiser e como quiser, Beto! Mas escreva, sempre, sempre!!!
Vc escreve como poucos.

Bjo,

Anônimo disse...

As vezes escrever n'água, escrever no asfalto ou em qualquer canto é tão comum aos poetas que causa estranheza. O que seria de nós sem o som das esferas das canetas azuis ou pretas? um abç, ótimo texto!

Dauri Batisti disse...

O ato de escrever sempre nos altera a consciência, nos faz estranhos e nos força o reconhecimento dos próprios territórias... o que vai nos ajudando a nos tornar quem somos.

aluaeasestrelas disse...

Escrevendo assim, até eu me arriscaria a desenhar com tal proeza o que você fez. Muito lindo seu texto. Gosto do jeito que escreves.
Parabéns.
Bjos.

Otavio de Castro disse...

escreva mais e mais...