terça-feira, 3 de junho de 2008

Lost

Ando apressado por ruas que não conheço.
Recebo presentes celestes que eu bem sei não mereço.
Subo montes desesperado.
Bato em portas felizes e abraço gente que conhece
os meus olhos inevitáveis.
Telefono apressado para números que minha caneta esqueceu
de anotar.
Eu esqueço de amar.
Abro portas que não me convidam,
fecho contratos com a solidão.
Ando apressado por caminhos antigos,
encontro a pessoa da multidão,
digo sim e digo não.
Esqueço, vou embora, é tarde.
Entardece o dia em que o encontro me fez encontrar o escondido.
Chega a noite e eu saio pela janela,
eu saio de mim, eu saio de tudo e me perco.
Me perco sozinho, cansado do espetáculo de viver.
Me perco à cada minuto.
Ando perdido por caminhos novos,
atraído por novos neóns,
distante das velhas vitrines,
perto do mundo.

8 comentários:

RENATA CORDEIRO disse...

EStou como vc, saio e de repente estou num turbilhão. vc foi ao meu blog, então volte. há coisas novas. Postei sobre Excalibur. Vá ao meu blog. wwwrenatacordeiro. blogspot.com/
não há ponto depois de www
Bj,
RENATA MARIA PARREIRA CORDEIRO

aluaeasestrelas disse...

Você é incrível... A cada novo texto, uma surpresa ainda mais gostosa. Encontrei-me nas tuas palavras... Obrigada por essa maravilha! Beijos.

Leandro Jardim disse...

mas o caminho a achar é mesmo esse: o da poesia :)

Camilla Tebet disse...

Perdido por caminhos novos! Que delícia. Eu acredito que é me perdendo que acabo conhecendo os lugares e as pessoas mais interessantes. É quando saio sem roteito, ou "acidentalmente" perco o mapa que chego em lugares onde realmente quero ficar por alguns dias. Lugares mais perto do meu mundo. Esquecer de amar é coisa do caminho que ficou pra trás.. e se esqueceu, ótimo, ame então, agora, de outro jeito.. com mais neon.
adoro seus textos. São boas surpresas.
beijos

Anônimo disse...

nada como viver, como ser na vida. excelente. abraços.

Dauri Batisti disse...

me surpreendi com o final. Lindo por sinal: Perto do mundo. A poesia (não fuga) como caminho para o mundo.

RENATA CORDEIRO disse...

Entre a pena e a letra sai um poema lindo!Hj fiz mais um post, desculpe-me, tão perto do outro, é que todas essas rsenhas serão publicadas por uma revista da USP e eles me pressionam. Conto com a sua compreensão e com a sua visita, pois sem a sua visita não há publicação.
wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
não há ponto depois de www
Um abraço,
RENATA MARIA PARREIRA CORDEIRO

Anônimo disse...

simplesmente lindo! Uma beleza que eu li numa hora muito adequada. Obrigado amigo por deixar ai pra todo mundo ler as coisas lindas que você escreve.