terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Linha Tênue














O que separa o bem e o mal?
O mel e o fel?
Os dias nublados e os ofuscantes raios solares?
O amor e o ódio?
O céu e o inferno?
O que separa o primeiro beijo da fatídica despedida?
o nascer da inevitável morte?
o azar da extrema sorte?
Linhas, invisíveis linhas separam o calor dos corações apaixonados da geleira dos que não sabem amar.
Linhas, tênues linhas separam a precisão da escrita do desastre do poeta.
Ah! As malditas linhas transparentes que separam o prazer do desprezo,
a pureza do sentimento do simples amor erótico.
A pureza da escrita sã da necessidade do metal que paga por ela.
As linhas, as minhas, as suas.Todas as finíssimas linhas que cerceam os homens desde o seu primeiro homicídio ao seu primordial beijo.
As linhas da palma da mão,
As linhas da vida que escorre entre os dedos,
As linhas do monitor onde agora se desenham letras,
As linhas de cadernos onde se rabiscam poemas sem rima.
A linha, a minha, a sua,
A linha tênue.

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