segunda-feira, 21 de abril de 2008

Codinome

No início te chamava pelo nome.
Talvez por que, no início, só conseguisse ver seu rosto.
Depois te dei codinomes.
Talvez por que, nesse tempo, já tinha lhe enxergado a mente.
Hoje, não sei como te chamo.
Te conheço a alma.
Te conheço o corpo.
Te conheço a fala.
Te conheço no silêncio de dormir.
No início você era um estranho que encantava.
Depois você foi o encanto que me causava estranheza.
Hoje, não sei quem és prá mim.
Te dou codinomes, te chamo por nomes pelos quais
você me atende sorrindo.
Hoje, como nunca faço, olhei a lua cheia,
distante como sempre esteve.
No rádio tocava a canção que pedia prá prestar atenção
à distância entre o seu mundo e o meu.
Estacionei.
Desliguei o rádio.
Corri à sacada.
Olhei a lua e percebi que nunca pisarei em seu solo,
assim como nunca verei o vôo da ave cor de rosa.

7 comentários:

Luciana Cecchini disse...

Como sempre, sensível. Tocante. Perfeito!

Bjo!

Unknown disse...

Que lindo! não tem nome nem codinome que descreva o quanto achei belo e encantador seu poema. Apesar de parecer uma descrição da distância, não notei dor, nem pela distãcia, nem pela saudade, só amor, só isso notei, e adorei. para não perder o costume... "Arrasou"!

. fina flor . disse...

e é exatamente por essa impossibilidade que nos apaixonamos, né?

beijos e obrigada por sua querida visita! volte sempre que quiser!!!

MM.

ps: tive que tomar uma medida mais drástica, digamos assim, em relação aos meus vizinhos.... passe lá no canteiro e veja.

Dauri Batisti disse...

O inalcançável, a falta, a sede. O movimento constante, o parto, a luz de antes e de depois do adeus.

Thalita Covre disse...

Acho estranho e até imbecil encher esse comentário de palavras dificeis de cunho um tanto acadêmico... acho que estragaria a beleza dessa poesia que tanto me tocou.
E não é para isso que serve tb a arte?
Para encantar e fazer -nos sentir o reflexo de seus sentimentos ou talvez o versa do vice.
Enfim, falando demais, se o que eu melhor posso fazer é reler e voltar a sentir esse belo poema.
Parabéns moço, e obrigada pela visita.

Anônimo disse...

tua escrita flui com muita sensibilidade e sobretudo com conteúdo. belo texto. abraços.

Joice Worm disse...

É uma pena se a sua inspiração não chegar a ler isso... Eu pessoalmente fiquei super emocionada com suas palavras. Um pouco triste, mas com uma profundidade incrível. Parabéns!