No início te chamava pelo nome.
Talvez por que, no início, só conseguisse ver seu rosto.
Depois te dei codinomes.
Talvez por que, nesse tempo, já tinha lhe enxergado a mente.
Hoje, não sei como te chamo.
Te conheço a alma.
Te conheço o corpo.
Te conheço a fala.
Te conheço no silêncio de dormir.
No início você era um estranho que encantava.
Depois você foi o encanto que me causava estranheza.
Hoje, não sei quem és prá mim.
Te dou codinomes, te chamo por nomes pelos quais
você me atende sorrindo.
Hoje, como nunca faço, olhei a lua cheia,
distante como sempre esteve.
No rádio tocava a canção que pedia prá prestar atenção
à distância entre o seu mundo e o meu.
Estacionei.
Desliguei o rádio.
Corri à sacada.
Olhei a lua e percebi que nunca pisarei em seu solo,
assim como nunca verei o vôo da ave cor de rosa.
7 comentários:
Como sempre, sensível. Tocante. Perfeito!
Bjo!
Que lindo! não tem nome nem codinome que descreva o quanto achei belo e encantador seu poema. Apesar de parecer uma descrição da distância, não notei dor, nem pela distãcia, nem pela saudade, só amor, só isso notei, e adorei. para não perder o costume... "Arrasou"!
e é exatamente por essa impossibilidade que nos apaixonamos, né?
beijos e obrigada por sua querida visita! volte sempre que quiser!!!
MM.
ps: tive que tomar uma medida mais drástica, digamos assim, em relação aos meus vizinhos.... passe lá no canteiro e veja.
O inalcançável, a falta, a sede. O movimento constante, o parto, a luz de antes e de depois do adeus.
Acho estranho e até imbecil encher esse comentário de palavras dificeis de cunho um tanto acadêmico... acho que estragaria a beleza dessa poesia que tanto me tocou.
E não é para isso que serve tb a arte?
Para encantar e fazer -nos sentir o reflexo de seus sentimentos ou talvez o versa do vice.
Enfim, falando demais, se o que eu melhor posso fazer é reler e voltar a sentir esse belo poema.
Parabéns moço, e obrigada pela visita.
tua escrita flui com muita sensibilidade e sobretudo com conteúdo. belo texto. abraços.
É uma pena se a sua inspiração não chegar a ler isso... Eu pessoalmente fiquei super emocionada com suas palavras. Um pouco triste, mas com uma profundidade incrível. Parabéns!
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